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Entrevista com Diogo Portugal

Por Silas Pereira, publicado em 10/10/2008.
Diogo Portugal, publicitário e ex-guia turístico de Curitiba, ganhou destaque na TV depois de uma participação no quadro Pistolão, do Domingão do Faustão. Ele apresenta um programa semanal todos os domingos, após o Fantástico, na afiliada da Rede Globo no Paraná, a RPC. E ainda percorre o Brasil com sua peça no formato stand-up comedy. O humorista se que passou por São José dos Campos com espetáculo 'Portugal é aqui!', antes de desembarcar na cidade, cedeu uma entrevista. O comediante revela ser tímido, diz que nunca visitou o Vale do Paraíba, mas promete fazer um clipe sobre São José dos Campos para depois divulgar no seu site.

Confira a entrevista:


Será a sua primeira vez em São José dos Campos, e no Vale do Paraíba. Você costuma ler informações sobre a cidade antes de apresentar seu espetáculo? Para de repente fazer alguma piada sobre São José ou sobre algum costume específico.
Diogo Portugal: Pois é, ainda não conheço o Vale do Paraíba. Mas acho isso fantástico: conhecer novas cidades, novos costumes. E com certeza vou procurar me informar sobre alguma coisa para fazer alguma piada. Nessa quinta eu ainda tenho um show em Curitiba, mas depois já estou embarcando para São José. E um detalhe que eu sempre faço pelas cidades que passo é gravar um clipe sobre o local. Então os... (como se chama quem nasce em São José?)... os joseenses com certeza podem esperar por essa piada-vídeo que eu colocarei no meu site depois do espetáculo.

O que o público pode esperar da peça 'Portugal é aqui'? Explique essa mistura de stand-up comedy com personagens e cenários.
Diogo Portugal: Espero que os joseenses curtam a peça. Lógico que o humorista não pode prometer? ah, vocês vão morrer de rir?, isso não dá certo. De repente o cara vai lá e não dá risada. Mas falando sério, estamos preparando um espetáculo bem bacana sim e tomara que todos gostem e se divirtam. Sobre a mistura, a peça é um stand-up comedy, mas eu devo colocar mais uns dois personagens, um mini-cenário e não apenas apresentar-me sozinho com o microfone e mais nada.

Você é um dos recordistas do site Youtube. Um dos seus vídeos já recebeu mais de 13 milhões de visitas. A maior parte da divulgação do seu trabalho é graças ao Youtube? Mas a internet também não joga contra quando aparecem piadas repetitivas?
Diogo Portugal: Ah, com o Youtube você só ganha. É muita divulgação. Muitas vezes até me assusto. Uma vez que apareci na TV, por exemplo, não teve tanta repercussão. A repercussão maior foi quando os vídeos da TV foram para o Youtube. Mas é claro que tem esse detalhe da repetição. Porém é para os dois lados. Alguns falam assim: poxa, queria ver aquela piada do Youtube ao vivo, mas você não contou. E outros acham repetitivo. O que procuro fazer é pedir para que as pessoas não filmem o espetáculo. E em todas as apresentações eu trago sempre um material inédito, que não tem na internet.

Você citou sua aparição na TV. Foi no Domingão do Faustão, no quadro Pistolão e por indicação de Oscar Schimidt. Você já conhecia o Oscar? Como foi esse dia, a adrenalina para aparecer ao vivo na TV?
Diogo Portugal: Eu trabalhei muito tempo como guia turístico e aí conheci um amigo que joga basquete e que é de Curitiba. Aí ele contou para o Oscar que me conhecia, e o Oscar veio assistir uma peça minha. Foi uma baita coincidência, mas eu gostei de ser apresentado por ele na TV. É um cara carismático e que me ajudou muito naquele dia. Eu estava nervoso, sabia que tinha só cinco minutos pra me apresentar no Faustão, então você não sabe se a platéia vai gostar, se a platéia vai rir. Aí fiquei muito fã do Oscar, por toda a força que ele me deu e por toda a sua simpatia.

Você era guia turístico em Curitiba. Quando começou a entrar no mundo do humor?
Diogo Portugal: Trabalhava com adolescentes, aí tinha que alegrar a rapaziada no ônibus, então você acaba tendo que guardar umas piadas e fazer umas palhaçadas. Depois eu comecei com alguns shows em bares de Curitiba. Aliás, já faz dez anos que faço stand-up comedy. Muita gente acha que é uma novidade, mas isso já está faz tempo no Brasil. Eu me apaixonei pelo estilo quando eu vi um disco do Eddie Murphy, e ele fazia stand-up. Aí parei um pouco de trabalhar com publicidade, guia de turismo e passei a viver de humor. Quando eu vi o disco do Eddie, eu falei: pô, o cara fala um monte de besteira, é ele mesmo e todo mundo dá risada... sensacional.

Falta esse tipo de humor na TV brasileira?
Diogo Portugal: Acho que sim. Falta muito. O problema é que o humor da TV é o humor popular, é o que ganha a força, é o que ganha o Ibope. Mas acho que algumas emissoras deveriam investir nisso. É muito bacana e ainda não foi explorado.

Além do teatro e dos shows em Curitiba, qual outro projeto você pretende fazer e que já está montando? Pensa em trabalhar no cinema?
Diogo Portugal: Eu tenho um programa na Rede Globo daqui do Paraná (RPC), onde eu escrevo e interpreto. Chama-se 'Louco de Bom' e vai ao ar depois do Fantástico. Mas na TV você não tem tanta liberdade. Tenho que escrever sobre alguns temas específicos, então não fica totalmente livre. Já o teatro é mais livre e você tem uma resposta imediata. Assim como o cinema. E sobre isso, estou montando um roteiro para cinema, mas ainda não está pronto. Mas são várias idéias, projetos e aos poucos você vai colocando tudo em prática. E ainda tem o 'Risorama', que é um festival de humor que eu criei e que acontece todos os anos, em março, em Curitiba, e que recebe ótimos nomes como Marcelo Médici, Bruno Mazzeo, enfim, muita gente boa. E ainda falando de projetos: processo de criação é diferente. Leva tempo. Muita gente fala que trabalhar com humor é fácil, mas não é bem assim. Leva um tempão pra ficar redondo.

Você tem algum ídolo no humor, alguém que você se espelha?
Diogo Portugal: Tem um cara que inspirou a maioria dos novos comediantes. Tenho que dar crédito a ele. É o Jerry Seinfeld, comediante de stand-up que é muito bacana. Ele consegue extrair situações do humor do cotidiano e é um baita profissional.

Nas suas apresentações, você faz críticas pessoais e deixa sua opinião. Como, por exemplo, uma vez que você fez uma piada com o presidente Lula. Fale dessa liberdade que você tem no palco e se você já teve problemas por falar o que pensa.
Diogo Portugal: Não, esse caso do Lula é até bom esclarecer. Eu simplesmente fiz uma piada com uma mulher que começou a implicar comigo na platéia. E humorista tem que ter isso. Tem que dar uma resposta na hora. Vai querer implicar com a gente no palco? Eu não tenho nada contra o Lula. Tenho recebidos muitos e-mails falando desse assunto. Vários militantes do PT me odiando, me xingando e alguns me elogiando. Mas aquilo é uma piada, gente! As pessoas têm que entender que nem tudo o que você fala num show de humor é verdade. Você está ali para fazer rir. O Lula é o presidente do meu país. Se ele for mal, é ruim pra mim. Com certeza até o Lula entenderia minha piada. Ah, e teve até um e-mail que eu achei mais interessante. Ele disse que foi uma piadinha de 8ª Série que eu fiz com o presidente. Aí eu pensei: será que o Lula foi até a 8ª Série? (risos)

Num bate-papo rápido com você, a gente percebe que as piadas surgem a qualquer momento. As pessoas te cobram isso o tempo todo? Ou seja, elas sempre querem ouvir uma piada quando conversam com você?
Diogo Portugal: Pois é, muitas vezes é complicado. Nem sempre você está inspirado para contar uma piada. Mas sou humorista. Vivo disso, então tenho que encarar numa boa essa exposição. Você sai na rua, tem que contar uma piada. Mas quando as pessoas vêm falar com você, é o maior pagamento de recompensa. É o reconhecimento do artista. A gente faz isso da vida, então não tem como achar ruim. Eu acho é muito bom e gratificante.

Então se alguém o encontrar pelas ruas de São José, as pessoas podem cobrar uma piada?
Diogo Portugal: Claro! O problema, muitas vezes, é que eu sou tímido fora dos palcos. Mas encaro isso numa boa, sabendo da exposição que tem o humorista. E o legal é que só acontece com a gente. Se você for um arquiteto, por exemplo, eu não vou chegar até você e falar: 'faz um projeto aí'. É diferente e gratificante.

Pra encerrar, tem algum detalhe diferente que você está preparando pra peça em São José? E o vídeo sobre a cidade, sai quando?
Diogo Portugal: Bom, espero que curtam a peça, estou muito feliz por ir a São José pela primeira vez, vou com certeza fazer este vídeo-clipe sobre a cidade e logo ele estará no meu site. O meu site, aliás, está em reformas, por enquanto funciona apenas o blog, mas logo, logo, vamos colocar novidades. E sobre novidade da peça: eu sou músico também, penso até em fazer um musical com músicas engraçadas e de repente posso fazer alguma brincadeira com o violão na peça em São José.


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Publicado Por Silas Pereira
Jornalista e copywriter, Silas Pereira coleciona boas histórias para contar. Na área do entretenimento, joga no Cinema Nacional Futebol Clube. Estuda produções audiovisuais nacionais e abre debate com seus autores e realizadores. Para contato, siga @silaspereira no Twitter
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