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Guiliano Canterini ou Billy Bond é músico, cantor e produtor teatral

Entrevistamos o italiano que marcou história no rock argentino e hoje é um mestre do teatro brasileiro

Por Silas Pereira, publicado em 17/04/2009.
Ele acorda todos os dias às 5h00 da manhã e vai dormir às 21h00. Na Argentina, é lembrado como uma das estrelas do rock. É o responsável pela primeira apresentação do grupo 'Queen' no Brasil. Seu primeiro trabalho em terra brasileira foi como diretor e produtor de Ney Matogrosso. Na televisão, já roubou a buzina do mestre Chacrinha, ao vivo, e também é lembrado como o 'pai' do videoclipe nacional.

Esse é Bond. Billy Bond. O italiano que marcou história no rock argentino e na música mundial. Giuliano Canterini, o Billy Bond, há mais de 30 anos vive no Brasil e é considerado 'o mestre' dos espetáculos musicais infantis. Os espetáculos 'Mágico de Oz' e 'Pinóquio' são produções de Billy - e clássicos da Broadway. Agora chega a São José dos Campos uma novidade: A Bela e a Fera. Segundo Billy, 'de um jeito que você nunca viu igual'.

Entrevista: saiba por que Billy Bond é tão reconhecido


Hospedado em São José dos Campos desde quinta-feira, Billy Bond não quer saber de descanso na Páscoa. Ele está em trabalho intensivo para montar toda produção do espetáculo no Teatro Municipal (saiba como comprar seu ingresso abaixo). Em entrevista exclusiva ao VNews neste sábado (11), ele conta detalhes do musical 'A Bela e a Fera'. E ainda revela curiosidades da sua carreira na música, na TV e no teatro.

Conheça Billy Bond. Vale a pena.

Conte aos nossos leitores os detalhes de montagem, figurino, elenco, enfim, todas as atrações do musical 'A Bela e a Fera'.

Billy Bond - Estou há dois dias em São José, minha equipe trabalhando 24 horas seguidas. É muito cenário, muito figurino. Essa montagem é de 2009, bem atual. É uma nova montagem, usando todas as novas técnicas e a tecnologia moderna. São cinco cenários giratórios, que mudam com o decorrer do espetáculo. 180 figurinos, 40 personagens, cinco telões em terceira dimensão, efeitos especiais, é coisa grande. São 18 coreografias, cantadas ao vivo. Quem conhece o meu trabalho sabe que é uma super produção.

Seus musicais são sucesso de público infantil e adulto. Como agradar toda família com uma história infantil?

Billy Bond - Minha equipe respeita a criança. E também o pai dela. A gente faz uma trama entendível pelas crianças, mas com uma produção de gente grande. Obviamente que a gente usa uma linguagem um pouco mais colorida, mais como se fosse um gibi, um desenho, com cores mais fortes, enfim, tudo é como se fosse um desenho animado pra que a criança crie essa fantasia. Agora, nós não abandonamos o adulto. É como nos EUA eles chamam de 'Family Show', ou seja, a família inteira pode assistir e ninguém fica chateado. Tem 18 coreografias, é cantado ao vivo. É pra gente grande também.

O espetáculo traz alguma mensagem especial ao espectador, tanto adulto quanto criança?

Billy Bond - Sim, essa é a ideia que temos em todos os nossos trabalhos. Sempre ensinar alguma coisa para o espectador, além de fazê-lo sonhar, imaginar e viajar. No primeiro que fizemos (Mágico de Oz), falamos das raízes, da família, da volta pra casa. No segundo (Pinóquio), ensinamos a não mentir, a valorizar os amigos e a ser ético com a sociedade e com você mesmo. Isso, sempre de uma forma atual e criativa. Já este de agora, o terceiro (A Bela e a Fera), fala das aparências, ou seja, nem sempre o que parece feio, é feio mesmo. Ele pode ser lindo por dentro. Então, o que vale é o que ela tem dentro de si, sua ética, sua moral. Bonito ou feio, não tem importância.

Para que os brasileiros entendam o tamanho do seu reconhecimento na música argentina, o senhor poderia ser comparado a quem daqui do Brasil?

Billy Bond - Eu tenho um certo reconhecimento do público 'rockeiro'. Se fizesse alguma comparação, só pra usar como exemplo, nunca como comparação, seria mais o estilo Raul Seixas. Mas eu tive uma carreira muito grande, sim, no rock. Depois vim para o Brasil com a banda Joelho de Porco e fizemos coisas interessantes e que ficaram marcadas.

Fale sobre sua mudança ao Brasil.

Billy Bond - Quando cheguei ao Brasil, eu vim contratado como produtor e diretor do Ney Matogrosso. Acabei dirigindo o show dele. Ele saía dos 'Secos e Molhados' e ficava sozinho. Eu dirigi o primeiro disco dele, e depois vieram outros trabalhos.

Conte-nos como foi que o senhor trouxe o videoclipe ao Brasil.

Billy Bond - Não foi um invento meu. O videoclipe é dos americanos. Mas eu copiei e trouxe ao Brasil. Eu fiz os videoclipes dos Titãs, Paralamas do Sucesso, Lobão, Erasmo Carlos, enfim, copiei a ideia dos americanos e foi uma febre aqui. Eu estava lá, de repente vi na TV o Michael Jackson, dançando e cantando 'Trhiller'. Então trouxe pra cá, no programa de clipes 'BB Vídeo'. E é importante lembrar aos mais novos que nos anos 70 os músicos só tinham uma forma de divulgar: era o disco de vinil. Quando sai o videoclipe, sai uma nova forma de divulgar, com imagem e som ao mesmo tempo. Foi o grande 'boom' dos anos 80.

Como era a sua relação com o Chacrinha (apresentador de programas de auditório, José Abelardo Barbosa)?

Billy Bond - O Chacrinha dizia que eu era uma espécie de filho pra ele. Ele gostava muito de mim, eu dele. Então, quando íamos ao seu programa era uma grande festa. Fazíamos grandes palhaçadas e irreverências com a banda o 'Joelho de Porco'. Tem até uma história, que ele sempre buzinava pras pessoas. Então, uma vez eu fiz o contrário. Eu o derrubei no chão e apertei a buzina. Foi uma loucura na época.

Quais outras irreverências o senhor já fez na TV?

Billy Bond - Já fiz grandes absurdos na televisão. Hoje em dia existem alguns programas de humor que fazem algumas irreverências e os mais novos pensam que isso nunca existiu na TV. Nós começamos isso lá atrás, em 1983, por aí. No canal 7 do Rio de Janeiro, a TV Record, nós criamos receitas absurdas aos telespectadores, como picolé de peixe. Era uma irreverência só. A gente exorcizava a televisão, que só tinha novela... ah, tinha muita coisa. Eu tinha cinco programas na TV. Começava às 17h00 e terminava às 22h00.

Antes dos musicais infantis, o senhor trabalhou muito com músicos. Quais principais nomes o senhor trouxe ao Brasil?

Billy Bond - Eu trouxe para o Brasil os grandes espetáculos de música. Eu trouxe o 'Queen' em 1980 ao Morumbi, pela primeira vez no país. Foram 200 mil pessoas no estádio, um grande sucesso. Eu trouxe Van Halen, Alanis Morissette, Red Hot Chili Peppers, enfim, trabalhei muito nesse ramo da música.

Por que escolheu a mídia dos musicais infantis?

Billy Bond - A mídia dos musicais tem muita ação. Você trabalha com atores, cenários, luz, iluminação, faz um show diferente todos os dias. E a outra coisa maravilhosa é trabalhar com crianças. Isso é fantástico.

Mágico de Oz, Pinóquio, A Bela e a Fera: qual será o próximo espetáculo infantil que o senhor quer produzir?

Billy Bond - Ainda não tem nada certo. Temos algumas opções. De repente pode ser algo diferente, como O Corcunda de Notre Dame. Vamos ver...


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Publicado Por Silas Pereira
Jornalista e copywriter, Silas Pereira coleciona boas histórias para contar. Na área do entretenimento, joga no Cinema Nacional Futebol Clube. Estuda produções audiovisuais nacionais e abre debate com seus autores e realizadores. Para contato, siga @silaspereira no Twitter
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