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Reprodução/ Globoplay

Filha de 20 anos e rebelde. Como corrigir?

Recebi um e-mail de uma mãe pedindo ajuda para cuidar da filha, maior de idade, mas que só volta pra casa de madrugada

Por Aline Oliveira, publicado em 15/07/2021 e atualizado hoje.

Escrevo para pais e mães com filhas e filhos mais velhos. A ideia deste conteúdo surgiu de um e-mail que recebi através do artigo 'hora certa para dormir na casa do namorado'. Preservo a identidade da mãe que me pediu ajuda. E tenho a sua aprovação para compartilhar essa história, ajudando outros pais e mães na mesma situação. Então os nomes abaixo são fictícios. Vamos lá. A história é a seguinte: a filha, maior de idade, com 20 anos, querendo fazer o que bem entende da vida. O exemplo é com filha. Mas vale para filho também, claro. O que fazer com filho de 18 anos de idade que só volta de madrugada pra casa? Filha de 20 anos e rebelde?

Começo destacando trechos do e-mail em questão. Ele me fez lembrar de outras perguntas que algumas mães já me fizeram: até que idade os pais mandam nos filhos, hein? Ou ainda: quais são os deveres dos pais com filhos maiores de idade? Os pais devem sustentar os filhos até qual idade? Ai, ai, ai... Começamos esclarecendo o e-mail com o pedido de ajuda:

(Este artigo é ilustrado com fotos da atriz Isabella Santoni e do ator Rafael Vitti. Eles interpretaram os personagens Karina Duarte e Pedro Ramos em Malhação. E na novela da Rede Globo há esse debate sobre namoro na fase de adolescentes ou jovens adultos)

Mãe com filha rebelde e maior de idade

'A filha mais velha, de 20 anos de idade, deu pra sair depois do jantar e voltar de madrugada. Por vezes 7 e 8 da manhã. Já lhe pedi para não o fazer pois fico sem dormir. Ainda hoje perdi a hora de ir para o trabalho, mas ela não liga. Manda-me mensagem cerca das 3 da manhã a avisar que virá tarde e para eu não me preocupar. Depois aparece perto das 7 ou 8 horas. Ela é universitária e ainda está em exames. Mas o namoro parece, no momento, ser mais importante do que estudar', introduz a mãe Joana.

Júlia, a filha de 20 anos de idade, só quer saber do namorado. Mas até qual idade os pais mandam nos filhos? Segundo o Código Civil, os pais têm o dever de sustento até os 18 anos de idade dos filhos. Porém, após a maioridade, há o dever de prestar assistência. Pais que pagam pensão para os filhos, devem seguir com a pensão alimentícia até os 21 anos de idade. Essa explicação jurídica é somente um parêntesis para quem é leigo no assunto.

Continuando com o e-mail da mãe Joana:

'Quero castigar minha filha, Júlia, mas não sei como. Meu marido diz que sou frouxa, mas ele próprio não diz nada. Fica de trombas. E as outras filhas pagam também por tabela com o seu mau humor. Eu também pago! Não sei como negociar. Se digo que ela fica sem carro, tenho receio que vá e que fique dependente e aí seja pior. Se digo que deixo de dar dinheiro, ela tem dinheiro dela e vai gastando desse. Em caso extremo terei que cortar tudo, mas também não teria para o estudo. O que me diz sobre isto, o que me aconselha a fazer?', questiona a mãe.

Conselhos para corrigir

Sobre os meus conselhos, deixo bem claro que eles são pessoais e da minha pequena experiência como mãe de crianças pequenas. E da experiência como pedagoga também. Como mãe, ainda vou passar por essa fase que a Joana está passando. Mãe de filhos adultos rebeldes ou adolescentes rebeldes. A única experiência que tenho é a lembrança da minha fase de 20 anos de idade em casa. Então, assim... é muita responsabilidade dar qualquer tipo de conselho neste momento.

Mas segue a minha opinião:

'Essa fase é bem difícil mesmo, afinal sua filha já é uma adulta. Acredito que ela tem todas as ferramentas para sair de casa e voltar a hora que quiser. Tem o carro, tem dinheiro e tem companhia. A partir do momento que vocês emprestam o carro e dão dinheiro, estão liberando ela para sair. Se não concorda com a forma que a veem levando os passeios, precisam dificultar um pouco pra ela. O diálogo é sempre a melhor solução. Ela é uma adulta, mas ainda mora com vocês e é dependente financeiramente'.

'Ela precisa respeitar a decisão de vocês e achar um meio termo. Algumas saídas são liberadas desde que ela cumpra com as obrigações. Que no caso seriam os estudos em primeiro lugar. Afinal vocês estão investindo nos estudos dela. No futuro dela como profissional. Tente dialogar e fazer alguns combinados. Seja persistente e não volte atrás de suas decisões'.

Lembrando alguns pontos importantes aqui dessa situação: você, mãe, que chegou até aqui nesta leitura, mas que está prestes a fazer qualquer tipo de julgamento sobre o pedido de socorro da mãe ou sobre os meus conselhos. Bom, vamos lá. Quantas vezes você cuspiu pra cima e o cuspe caiu na sua testa? O que quero dizer com isso? Quantas vezes eu falei, antes de ser mãe: nossa, com meu filho isso nunca vai acontecer! Nossa, na minha criação não será assim! E tempos depois, quando chegou a minha vez, tudo aquilo ali aconteceu, sim. É ou não é verdade? Julgar é muito fácil. O melhor caminho aqui é o da empatia.

É se colocar no lugar dessa mãe. Que podem ser milhares de mães pelo Brasil todo. Ou se colocar no lugar dessa filha. Que podem ser milhares de filhos pelo Brasil todo. Como podemos ajudar neste momento? O que faríamos nessa situação difícil?

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Mais conselhos e opiniões. Participe!

Vou deixar o espaço abaixo aberto para comentários. Se você tiver algum conselho, alguma sugestão, para momentos como esse... escreva abaixo, por favor. O seu conselho pode ser uma palavra que vai fazer a diferença na vida de alguma mãe ou de algum pai. Sem julgamentos ou críticas. Abra o seu coração. Conte a sua experiência. Ou se preferir o anonimato, pode me escrever também. Meu e-mail é aline@ospaparazzi.com.br

Minha maior alegria aqui em Pais e Filhos é contribuir - mesmo que seja de uma forma muito simples, somente com algumas palavras - para que Pais e Filhos tenham uma relação mais harmoniosa e de amor. Obrigada a todos vocês pelo carinho e pela confiança.

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Publicado Por Aline Oliveira
Formada em Pedagogia, Aline Oliveira atua como professora do ensino fundamental desde 2002. Da experiência da maternidade nasceu a paixão por escrever para mães. 'Paixão pela arte de educar. Paixão por aprender. Com amor, tudo fica mais leve.' Veja mais informações
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