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Como não ser violento? Dicas de educação e comunicação

A importância da comunicação não violenta para famílias e educadores. Pais e Filhos podem se informar mais com Agda Ribeiro

Por Aline Oliveira, publicado em 03/10/2020 e atualizado esta semana.

Você já ouviu falar de comunicação não violenta? Um assunto importante para as famílias e escolas. E que deveria ser de conhecimento de todos. Quanto antes a criança tiver acesso à comunicação não violenta, ela conseguirá expressar melhor os sentimentos e necessidades. Além de fazer pedidos de maneira assertiva. Neste artigo destaco o trabalho da pedagoga Agda Ribeiro. Ela oferece facilitação em Comunicação não violenta para pais e educadores.

Introdução como pedagoga

Olá, sou Agda Ribeiro, amante de práticas que incluem e acolhem a grande complexidade de possibilidades que é: Ser humano! Sou casada e este relacionamento rendeu, além de muito aprendizado, a vinda de três filhos, agora adolescentes. Há 20 anos me formei em Pedagogia e me especializei em Psicopedagogia e Psicomotricidade. Durante meu percurso profissional, circulei, dentro da escola, entre as funções de professora, orientadora educacional e coordenadora pedagógica, além de paralelamente, atender crianças e jovens que apresentavam dificuldade de aprendizagem. Ainda hoje, além de oferecer facilitação em Comunicação não Violenta para pais e educadores, leciono a disciplina de Educação Socioemocional para adolescentes.

Agda Ribeiro com os símbolos da CNV: o chacal que simboliza o inquisitor, julgador, violento e que gera desconexão e a girafa que tem o maior coração entre os mamíferos e representa a conexão entre as pessoas, orelhas grandes para ouvir empaticamente e pescoço longo para enxergar além dos julgamentos moralizadoresFoto: Divulgação

Como eu conheci a Comunicação não Violenta

Bom, posso dizer que, minha experiência profissional me ajudou muito a compreender melhor as pessoas e procurar formas de comunicação que fossem realmente assertivas, compassivas e que tornassem as relações um ponto significativo de partida para o compartilhamento de ideias e conhecimentos. Foi enquanto coordenadora que conheci a Comunicação não Violenta. Logo nas primeiras leituras, pude perceber que esta forma de expressão podia ser aquilo de que sentia muita falta quando vivia conflitos junto de meus filhos e alunos ou quando mediava conflitos entre as várias funções dentro da escola, entre professores e alunos, professores e professores ou gestão e equipe.
Em que consiste a Comunicação não violenta.

A CNV (Comunicação não violenta) é uma forma de nos comunicarmos que busca a conexão entre as pessoas. Marshall Rosenberg, o sistematizador da CNV, diz que, independente da idade, todos temos necessidades universais como respeito, cuidado, atenção, amor, alimento, e muitas outras. Aqui define-se necessidade, tudo que atende à vida e que independente da nacionalidade, cor ou credo, todos nós precisamos atendê-las para viver plenamente. Marshall percebeu depois de anos atuando em regiões de conflito no mundo todo, que os conflitos aconteciam nas estratégias que adotamos para atender nossas necessidades. É na hora da ação que o conflito acontece!

Outra constatação importante que Marshall fez foi perceber que, na rotina do dia a dia, não estamos muito preocupados em nos ouvirmos verdadeiramente e com empatia, também desaprendemos ao longo da vida a não falar daquilo que nos incomoda de forma autêntica e empática, cuidando das relações com respeito e sem julgamentos moralizadores.

Reunião sobre educação não violentaFoto: Agda Ribeiro

A partir daí, Marshall começou a sistematizar alguns passos para treinarmos uma forma de comunicação mais compassiva, empática e conectada, de modo que a gente se ouça e sinta interesse verdadeiro em colaborarmos uns com os outros.

Estes passos consistem em:

1º Observação do fato
2º Identificação do sentimento que este fato desperta
3º Identificação de uma necessidade que fica atendida ou não a partir do fato
4º Pedido (que aqui é uma da estratégias para cuidarmos das necessidades e não a única)

Por que escolhi trabalhar com comunicação não violenta

Estudando a Comunicação não Violenta, percebi que era sim possível, atender a necessidade de todos os envolvidos em um conflito, a partir da intenção genuína de conexão entre as pessoas. Foi aí que escolhi me dedicar ao constante estudo e prática da Comunicação não Violenta como uma possibilidade de me posicionar no mundo e como uma oportunidade de compartilhar este conhecimento com todas as pessoas que desejam ter relacionamentos mais conectados e genuínos. Acabei por usar meu dom de professora para difundir esta forma de viver no “modo CNV”. Sou idealizadora do Projeto em Sala – CNV, onde compartilho minhas percepções a partir da visão da Comunicação não Violenta, suas implicações e aplicações.

Qual é o público alvo

A prática da Comunicação não Violenta é acessível e indicada a qualquer pessoa, profissão ou idade. Ela vai atuar na base das relações humanas e pode gerar conexão e respeito entre as pessoas. Hoje já podemos perceber o uso da CNV, inclusive em audiências de conciliação, por exemplo.

O ideal é, o quanto antes, apresentarmos a CNV à nossas crianças, ajudando-as a expressarem sentimentos e necessidades e fazerem pedidos de maneira assertiva.

A CNV é um modo de viver a partir da conexão. Marshall identificou que todo ser humano tem sua natureza compassiva quando nasce e, à medida que cresce, vai perdendo sua percepção de co-criador de espaços empáticos. Em alguns países como a Alemanha, desde muito cedo, na Educação Infantil, as escolas constroem suas práticas a partir da Comunicação não Violenta. Estes alunos, ainda muito pequenos, conseguem se expressar, definir sentimentos e necessidades e descobrem como contar o que sentem e o que precisam, sem que para isso precisem usar violência ou desrespeitar seus pares.

Como inserir a CNV nas aulas online

Como professora, assim como todos os outros professores, tenho ministrado minhas aulas de maneira remota. Procuro usar a CNV para gerar a conexão que preciso para mantê-los ativos e participativos em minhas aulas.

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Minha sugestão é, em primeiro lugar, no início das aulas, fazer um check-in onde os alunos podem dizer sobre quais sentimentos estão vivos naquele momento. Para os alunos menores, sugiro o uso de trechos de filmes que tratem de temas como emoções, empatia, colaboração e conversar com eles sobre como entenderam e perceberam o que assistiram. Estes momentos ajudam a conectar todo o grupo, a desenvolverem o autoconhecimento e ampliarem o repertório e reconhecimento de seus sentimentos.

O check-in é indicado para o início de todas as aulas.

Um segundo passo, quando possível, sugiro propor aos alunos que busquemos possíveis necessidades por trás desses sentimentos. Por exemplo: o sentimento de irritação, por exemplo, pode falar de uma necessidade de espaço, liberdade, conexão com outras pessoas.

Depois que identificamos os sentimentos e necessidades, proponho que, em grupo encontremos formas possíveis de atender estas necessidades.

Para os professores conseguirem mediar melhor estes momentos, sugiro que tenham em mãos uma lista de sentimentos e necessidades, construída por Marshall e facilmente encontrada na internet. Ter esta lista em mãos facilita a ação do professor junto aos alunos.

Qual a importância da prática da CNV

Se conseguirmos ensinar nossos filhos e alunos a CNV, os espaços onde estas pessoas circularem, serão mais harmoniosos e suas ações serão pautadas não somente naquilo que é importante para eles próprios mas também para todos coletivamente.

Se aprendem esta forma de se comunicarem enquanto pequenos, serão adultos com maior autoconhecimento, compassivos, colaboradores, responsáveis e empáticos.

Recados finais

Agda, muito obrigada por compartilhar conosco este conhecimento tão importante na área de comunicação não violenta. O espaço abaixo é aberto para comentários e opiniões. Deixo também meu contato para mais informações relacionadas à área de Pais e Filhos e Educação: aline@ospaparazzi.com.br

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Publicado Por Aline Oliveira
Formada em Pedagogia, Aline Oliveira atua como professora do ensino fundamental desde 2002. Da experiência da maternidade nasceu a paixão por escrever para mães. 'Paixão pela arte de educar. Paixão por aprender. Com amor, tudo fica mais leve.' Veja mais informações
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