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Reprodução/ YouTube

Druk, no Oscar, explica os fracassos da vida

Veja críticas do filme 'Druk - Mais uma Rodada' (Another Round), indicado ao Oscar 2021. Assistir para refletir sobre nossa existência.

Da Redação, publicado em 21/04/2021 e atualizado hoje.

Assisti ao filme 'Druk - Mais uma Rodada' (Another Round), que foi indicado para o Oscar 2021 (Indicados Oscar 2021). Druk concorreu aos prêmios de Melhor Filme em Língua Estrangeira e Melhor Direção. Trata-se de um filme dinamarquês - com padrão bem diferente do que acompanhamos em Hollywood. Quem gosta de filmes alternativos, sem dúvida, vai gostar de assistir 'Druk'. Filme para explicar o que o homem quer da vida! Filme para explicar os nossos fracassos.

Druk levou o Oscar 2021 na categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira. Saiba mais em Oscar 2021.

Em dezembro de 2023, Druk entrou para o catálogo de filmes da Netflix.

A estreia nos cinemas do Brasil foi em 25 de março de 2021. Tem duração de 1 hora e 57 minutos. No Brasil, foi disponibilizado no YouTube Filmes (veja abaixo para assistir com aluguel). Tem direção de Thomas Vinterberg. No elenco estão Mads Mikkelsen, Thomas Bo Larsen e Magnus Millang. O nome original, na Dinamarca, é Druk. Foi traduzido para o inglês como Another Round. E 'Druk - Mais uma Rodada' no Brasil.

Sinopse: O filme conta a história de quatro professores com problemas comuns em suas vidas. Eles decidem testar a teoria de que ao manter um nível constante de álcool em suas correntes sanguíneas, suas vidas irão melhorar. De início, os resultados são animadores, porém, no decorrer da experiência, eles percebem que nem tudo é tão simples assim. O que o homem quer da sua vida? Qual é o significado da nossa vida? Como explicar e dar destaque para os nossos fracassos? E até mesmo celebrar os nossos fracassos? Entenda assistindo ao filme.

Trilha-sonora Druk com What A Life

Já ouvi todas as músicas de Druk, com trilha-sonora disponível no Spotify. A principal música do filme é What A Life, de Scarlet Pleasure. Mas ainda destaco as músicas Cissy Strut (The Meters), That Old Feeling (Louis Armstrong), Sick Love (Red Hot Chili Peppers) e You Send Me (Aretha Franklin).

Sobre a música What A Life, estamos falando de um hino inspirado na música popular italiana 'Bella Ciao'. Essa música toca na cena final do filme. Cena incrível do excelente ator dinamarquês Mads Mikkelsen. O professor aparece dançando uma espécie de 'balé da libertação'. A tradução da música fala o seguinte:

'Que vida! Que noite! Que jornada linda, linda! Não sei onde estarei em cinco anos. Mas eu sou jovem e vivo. F. o que eles estão falando, que vida!', diz a tradução da música What A Life, de Scarlet Pleasure.

O trio pop Scarlet Pleasure é dinamarquês. E pouco conhecido no Brasil até o lançamento do filme 'Druk - Mais uma Rodada'. Emil Goll, Alexander Malone e Joachim Dencker formam o trio. A música foi escrita em 2018 e lançada inicialmente somente na Dinamarca. Até que o cineasta Thomas Vinterberg recebeu a indicação da música para a trilha-sonora do longa-metragem. E se apaixonou pela canção.

A música narra um estilo de liberdade que é destacado no filme. Impossível não terminar de assistir com o embalo da canção. E com a coreografia perfeita de Mads Mikkelsen. Viva a vida! What A Life!

Críticas Druk

As críticas foram positivas com o filme. O portal de críticas internacionais, o IMDB, deu nota 7,8 estrelas. O Rotten Tomatoes deu 92% do tomatômetro (termômetro de pessoas interessadas em assistir). No Brasil temos 3,6 estrelas dos usuários do Adoro Cinema. E 3,5 estrelas da crítica do site (lembrando que 5 estrelas seria a nota máxima). No Omelete tivemos 3 ovos (5 ovos seria a nota máxima).

Luiz Felipe Pondé falou sobre o filme em coluna na Folha de SP.

'Estamos acostumados a pensar muito em o que a mulher quer. Mesmo Freud formulou essa questão como um enigma. Assumimos que o homem é simples e que se basta com uma gostosa e uma cerveja. Será assim ainda hoje, quando ninguém mais sabe o que quer porque tem que querer muitas coisas ao mesmo tempo? O desejo, pilar do mundo existencial moderno, ruiu diante de tantas demandas feitas a ele. E só vai piorar num mundo narrado pelo marketing', escreveu Pondé.

E quando o homem supera aquela ideia de que trocar de casamento vai solucionar todos os seus problemas? 'Quando um homem se faz uma pergunta existencial depois do 50 e a resposta não é trocar de mulher, a coisa fica mais séria', continua Pondé. Como você tem lidado com o envelhecimento? E com os seus fracassos?

'É difícil envelhecer, principalmente num mundo em que o ethos é o marketing da inovação como estilo de vida', destacou.

Um momento interessante do filme é a enquete realizada por um dos professores. Em quem vocês votariam nas próximas Eleições?

A: Um candidato viciado em mulheres e com várias amantes
B: Um candidato que bebe demais, bebe uísque todo dia no café da manhã
C: Um candidato vegetariano, artista e que, segundo consta, tratava bem as mulheres

Os estudantes votam na opção C. Mas na verdade é uma pegadinha. A letra A seria Roosevelt. A letra B seria Churchill. E a letra C seria Adolf Hitler. Curioso, né?

'Conclusão do professor para os alunos foi que o mundo nunca é o que esperamos que ele seja'.

Outra reflexão destacada em mensagem final do filme Druk é o fracasso na vida adulta. 'Deveríamos educar os mais jovens para esse fracasso. E não para o fetiche do sucesso. Fracasso e desencanto, nossas duas maiores tarefas existenciais neste século', conclui Pondé no artigo.

Como lidamos com o fracasso?

'A resposta não é muito complexa: não somos educados para fracassar. Desde a infância o fracasso é associado em nossas mentes com palavras como: derrota, insuficiência e vergonha. Vivemos em uma sociedade obcecada pelo sucesso, onde o fracasso não é aceito ou visto como parte natural do processo evolutivo. O fracasso é tido como algo que devemos evitar a qualquer custo, tido como motivo de lamento, ainda que, na prática, saibamos que todas as pessoas que vivem (logo, existem), irão fracassar por diversas vezes no decorrer de suas trajetórias', explica a coaching de carreira Livia Kawano, em entrevista.

'Aceitar os fracassos como parte do processo nos traz conforto e tranquilidade. Buscar o autoconhecimento é sempre a melhor alternativa para lidarmos com nossos paradigmas e medos, dentre eles, o medo do fracasso. Mas lembre-se: você é humano, logo, fracassará, e isso não te faz um fracassado, te faz meramente humano', acrescentou Livia Kawano.

Vale a pena assistir 'Druk - Mais uma Rodada' (Another Round) (2020) e fugir dos tradicionais filmes de heróis de Hollywood.

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