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Reprodução/ YouTube

Entendendo a saúde mental dos filhos atletas

Pegando o gancho nas Olimpíadas, falamos sobre pressão por resultados no esporte com as crianças. Tem dicas, informação e opinião

Por Aline Oliveira, publicado em 12/08/2021 e atualizado hoje.

Minha amiga Fran tem um filho atleta. Ele treina em alto nível. Pressão por resultados, medalhas e etc. Na natação, milésimos de segundos podem fazer toda a diferença para uma medalha de ouro. Como vimos nas Olimpíadas de Tóquio, por exemplo, com o nadador Bruno Fratus levando o bronze. Mas como podemos entender melhor a saúde mental dos nossos filhos atletas? Crianças no esporte, como lidar com a pressão? Destaco a palavra da especialista Letícia Oliveira, que é psicóloga, neste artigo a seguir.

'A dedicação que eles têm é muito grande. Tudo aquilo que a gente coloca muita força, tudo aquilo que depende de apenas um segundo, sem dúvida, tudo isso acaba gerando muito estresse e privação. Os atletas vivem em função de uma competição, de um torneio. A carreira, a vida, o reconhecimento, tudo ali naquele segundo. Naquele milésimo. Então, sem dúvida, o acompanhamento da saúde mental é fundamental', observou a psicóloga.

'Dias, horas, meses e anos de abdicação de família e amigos. Concentração máxima no exercício, na alimentação, na execução do esporte. Tudo isso gera muita tensão, muita responsabilidade, muita ansiedade e também insegurança. Para o atleta ter o melhor desempenho, ele precisa estar mais focado nele mesmo. Numa fase equilibrada de vida. Com as crianças, o mundo ideal é a prática esportiva por prazer. Fazer esporte se divertindo', acrescentou.

Sobre o episódio da atleta da ginástica dos EUA, Simone Biles, a psicóloga opina que a pandemia pode ter influenciado nesse problema. 'Olhando de longe, podemos imaginar o quanto a pandemia não atrapalhou os planos da Simone. O quanto tudo isso trouxe estresse maior e foi um potencializador de mais angústia e ansiedade', comentou.

'Na pandemia, todos ficamos muito vulneráveis e suscetíveis. Home office. E no caso dos atletas, treinar em casa. Treinar em piscinas diferentes, campos diferentes. Nas Olimpíadas de Tóquio, acrescente ainda o fator tempo. As Olimpíadas seriam em 2020. Foram adiadas para 2021. O atleta pode estar em idade avançada. Pode trabalhar com a incerteza. Tudo isso é muito delicado', detalhou.

Dicas para os atletas crianças, aqui em Pais e Filhos? Temos, sim:

'Trabalhar meditação, trabalhar a questão espiritual, trabalhar a terapia. São ferramentas que ajudam a não ter esse gatilho tão forte de pressão e de estresse. Esse gatilho causado pela competição, pela alta performance, pela competição de amanhã. Preciso ser competitivo, ter dedicação ao esporte, mas também preciso de equilíbrio. Saúde na alimentação, saúde no corpo (atividades físicas) e saúde mental', orientou.

Crianças atletas. Ou esporte leve com os filhos?

Abro um questionamento aqui sobre a saúde dos nossos filhos como um todo. Fato número 1: inserir nossas crianças nas atividades esportivas é muito saudável; afinal eles mexem o corpo, conhecem um novo esporte, praticam com prazer e ainda fazem novos amigos. Ok. Porém venho com o fato número 2: esporte de alto rendimento é puxado para as crianças, né? Pressão, dedicação intensa, milésimos de segundos. O que vocês acham sobre essa divisão? Esporte por prazer e esporte por resultados. Deixem comentários abaixo com as suas experiências como pais, mães e filhos.

Acrescento aqui a imagem da Fadinha do nosso skate brasileiro nas Olimpíadas de 2020. Rayssa Leal e toda a turma do skate do Brasil, como Letícia Bufoni e Pâmela Rosa, deram um grande exemplo. Eles competiram sorrindo. Se divertindo. Quase brincando. Achei isso incrível. E como inspiração para filhos atletas e esportistas. No meu caso, eu sonho em colocar meus filhos em todos os esportes que eu gosto. Mas eles ainda não se apaixonaram intensamente por nenhum esporte, não. Infelizmente. Mas sigo tentando e na torcida.

Cuidados com a volta ao esporte

Eu voltei a praticar futebol feminino recentemente, após longo período parada por causa da pandemia. Então deixo essa mensagem final como alerta. Vamos voltando aos poucos. E inserindo as crianças também aos poucos no esporte. Tudo para evitarmos lesões ou outros problemas. 'Na sua cabeça, você ainda é o atleta de ontem. Mas não pode esquecer desse tempo todo da pandemia sem a prática do esporte. Então o cuidado precisa ser redobrado. Fisicamente e mentalmente', orientou a Letícia.

E o seu filho atleta?

Conto com a participação de vocês nos comentários abaixo sobre este tema tão gostoso: esporte e crianças!

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Publicado Por Aline Oliveira
Formada em Pedagogia, Aline Oliveira atua como professora do ensino fundamental desde 2002. Da experiência da maternidade nasceu a paixão por escrever para mães. 'Paixão pela arte de educar. Paixão por aprender. Com amor, tudo fica mais leve.' Veja mais informações
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