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Parto traumático? Meu marido teve com trote

Deixo alerta sobre trotes nas maternidades com golpes contra pais e mães. Atenção para o dia do nascimento

Por Aline Oliveira, publicado em 12/04/2021 e atualizado hoje.

Havia um alerta grudado na parede do quarto da maternidade: cuidado com os golpes passados por telefone; são trotes contra pais e mães logo após o nascimento do bebê. Li em voz alta aquele alerta antes de ser encaminhada para a sala do parto. Mas infelizmente ninguém estava com a atenção ligada naquele momento. Foi a minha segunda gravidez. Já me sentia um pouco experiente com o assunto. E lá fomos nós...

As conversas na sala de parto. O coração acelerado. A ansiedade a mil. Muitas orações, muitas opções. De repente vem o choro, o nascimento... Um momento inesquecível. Meu marido está ali se emocionando comigo. E babando com o nascimento do nosso menino.

Depois sou encaminhada para outra sala. E aí fico somente com a médica e enfermeiras. Elas me contam que está tudo bem com a criança. O parto foi um sucesso.

O tempo vai passando e nada de voltar para a minha família. Fico ali esperando, esperando...

Um tempão depois sou encaminhada de volta ao quarto com meu marido e minha família. Assim que chego, encontro minha mãe, minha sogra e meu marido com os olhos vermelhos. Aquele semblante de choro. Chego brincando: poxa, vocês estão esqueceram de mim; só querem saber do bebê; ninguém me procurou.

Aquele silêncio. Todos saem do quarto. E a enfermeira solta: nossa, coitados, eles caíram num trote.

Como assim trote? O que aconteceu?

Eles não querem te contar pra não abalar o seu emocional. Mas gente? Já abalou. Agora pode contar.

Então descubro que nesse período de espera, minha mãe recebeu um telefone lá no quarto da maternidade. Um rapaz com a voz elegante anunciava que havia ocorrido um probleminha comigo. E que eu passaria por uma cirurgia emergencial nas próximas horas.

O rapaz sabia meu nome. Sabia o nome do meu marido. Sabia sobre informações do nosso plano de saúde. E sobre as empresas nas quais trabalhávamos.

Minha mãe cai no golpe e começa a chorar. A voz simpática a tranquiliza. Pede para falar com o pai da criança.

Meu marido, ansioso pela minha volta e sem notícias, atende ao telefone. Não entende por que minha mãe está chorando. E então recebe a notícia da cirurgia. Parto que trouxe sequelas para sua esposa. Mas fique tranquilo. Será um procedimento especial. Uma equipe de São Paulo está a caminho. Mas precisamos adiantar um valor que o plano médico XXX não cobre. Depois o senhor terá o reembolso. Mas no momento é necessária essa ação.

Meu marido também caiu. Sem notícias da minha volta, está desesperado. Ele começa a chorar na frente dos enfermeiros e etc. Ninguém o acalma! Ninguém!

Não tinha o aviso do trote ali? Ninguém poderia levantar a tese de trote? Meu marido começa a gritar dando a notícia. E explica que não tem conta no Banco do Brasil para a transferência. Ele precisa ir ao banco.

Saem ele e meu sogro do hospital. Aos prantos. Ligam para meu cunhado antes de chegarem à agência. E, graças a Deus, meu cunhado já entende de imediato o golpe.

Já transferi! Fiquei tranquilo. Ela vai ficar bem. Volte para o hospital!

Nesse intervalo a lucidez começa a voltar para toda a família. Com questionamentos. Cadê a médica? Por que um telefonema? Como assim?

A ficha cai. Eu volto para o quarto sorrindo e fazendo piada. Mas aí como faz para virar a chave?

'Eu achava que você estava com câncer uns minutos atrás. Depois descubro que caí num trote. E que você está bem. Mas como virar essa chave emocional assim? Que trauma'.

Pois é. O parto traumático foi para nossos pais e para o meu marido. Que raiva! Aos poucos o susto foi passando. A alegria do nosso filho nos contagiando. E tudo ficou bem. Mas, nossa, foi um susto daqueles.

No hospital descobrimos que nas últimas semanas pelo menos 10 pessoas caíram nesse trote e fizeram os depósitos. Nós cobramos um posicionamento mais rigoroso do hospital sobre o assunto. E assim foi o nascimento do nosso bebê. Para mais artigos, acesse Pais e Filhos

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Publicado Por Aline Oliveira
Formada em Pedagogia, Aline Oliveira atua como professora do ensino fundamental desde 2002. Da experiência da maternidade nasceu a paixão por escrever para mães. 'Paixão pela arte de educar. Paixão por aprender. Com amor, tudo fica mais leve.' Veja mais informações
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