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Reprodução/ Netflix

Por que todos recomendam Três Estranhos Idênticos

Você viu o documentário dos trigêmeos na Netflix? Após assistir, você só vai querer falar sobre este filme

Da Redação, publicado em 21/07/2021 e atualizado hoje.

Assisti ao documentário 'Três Estranhos Idênticos' (Three Identical Strangers), disponível na Netflix, por indicação de um amigo. Ele me deu três razões para assistir ao filme: 1 é a história mais maluca que já vi na vida; 2 é uma aula de storytelling e com aquele roteiro que prende do início ao fim; e 3 é uma reflexão filosófica sobre a nossa criação. As justificativas foram convincentes. E posso te afirmar que ainda não consegui tirar o doc 'Três Estranhos Idênticos' da minha cabeça. Neste artigo coloco para fora todas as emoções que senti após mergulhar neste documentário. Mas, sério... veja logo esse filme!

Três Estranhos Idênticos, vale assistir?

Sim! Começo destacando as opiniões das críticas sobre o documentário. Elas estão disponíveis no trailer (assista ao vídeo abaixo). Além de disponível para assistir na Netflix, desde junho de 2021, 'Three Identical Strangers' também está disponível para compra e aluguel no YouTube Filmes.

'Incrível prova que a vida é mais estranha que a ficção', diz a crítica. E mais: 'Insólito. Uma viagem espantosa com várias camadas'. Mais: 'Cheio de reviravoltas. Nunca para de surpreender esse roteiro'. Ainda em dúvida? 'Viciante desde o começo até o fim. Um filme de que falaremos durante muito tempo'.

Os elogios continuam com exclamações. 'Fascinante. Impressionante. Extraordinário. Meu Deus!'. Mas o filme fala sobre o quê?

A sinopse é a seguinte: 'na Nova York de 1980, três jovens estranhos descobrem que são trigêmeos idênticos separados durante o nascimento. Eles nasceram em 1961. Foram separados após o parto. E criados em famílias diferentes. O reencontro vem com fama internacional, mas também com um segredo extraordinário e perturbador. Um segredo que é capaz de transformar a compreensão da natureza humana'.

O documentário ganhou reconhecimento especial do júri no Festival Sundance de cinema. A crítica internacional deu 7,6 estrelas no IMDB. No Brasil, temos as críticas de Adoro Cinema (3,5 estrelas pelos usuários), Filmow com 4 estrelas e Cinema com Rapadura com nota 7.

Com 1 hora e 36 minutos de duração, o documentário tem direção de Tim Wardle. No elenco estão os trigêmeos Eddy Galland, David Kellman e Robert Shafran. Destaque também para o jornalista da Revista The New Yorker, Lawrence Wright, responsável pela primeira reportagem investigativa sobre o caso em 1995. O repórter Lawrence Wright é vencedor do Prêmio Pulitzer. A biografia na Wikipédia destaca os livros O Vulto das Torres (sobre o 11 de Setembro) e também Prisão da Fé - Cientologia, Celebridades e Hollywood.

Trailer do filme Três Estranhos Idênticos, disponível na Netflix e no YouTube Filmes.

Filosofando com Três Estranhos Idênticos

Se você ainda não assistiu ao filme, tenha atenção com os spoilers a seguir. Vamos lá. Aqui voltamos para a cena em que Robert Shafran vai à universidade e começa a ser chamado pelos amigos de Eddy Galland. Mas ele não conhece esses 'amigos'. Até descobrir que tem um irmão gêmeo. E depois outro. O trio idêntico! Trio que fez filme com Madonna, abriu um restaurante (Triplets), participou de centenas de entrevistas na televisão, enfim, houve um boom gigante sobre o caso.

Caso esse que começou feliz, divertido. Até chegarmos ao 'experimento social arquitetado secretamente'. Que absurdo! Que antiético! Meu Deus! A agência de adoção Louise Wise planejou uma família diferente para cada recém-nascido. Todos com irmãs mais velhas. Os bebês idênticos participaram de um estudo desenvolvido pelo Child Development Center. A ideia era colocar em prática um sonho do psiquiatra Peter Neubauer.

'Peter Neubauer queria descobrir um mistério que até hoje os seres humanos não descobriram. Afinal, quem nós seremos depende de como foi a nossa criação? Ou esse nosso ser está geneticamente no nosso sangue?'

Ou seja, o filho do 'homem mau' pode ser um 'homem bom'? Se eu colocar uma criança na família com a condição social X e outra na família com a condição Y, esses gêmeos se tornarão pessoas completamente diferentes? São diversos questionamentos que o documentário nos faz refletir e filosofar.

Este estudo cruel foi comparado aos experimentos sociais promovidos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O psiquiatra Peter Neubauer morreu em 2008. Mas detalhe: deixou toda a íntegra da pesquisa sobre os Trigêmeos de Nova York com acesso restrito. Só poderia ser acessado a partir de 2066 em arquivos da Universidade de Yale.

Teremos Três Estranhos Idênticos 2 em 2066? Qual é a resposta da pesquisa, afinal? Você também ficou revoltado e angustiado com o final do documentário? Consegue entender a explicação para algo tão sério e grave ainda estar trancado a sete chaves? Quais foram as empresas e os milionários da década de 60 que financiaram esse experimento? A nossa mente vai borbulhando perguntas.

Final de Eddy. O não pertencimento

O fato mais doloroso do documentário é o suicídio de um dos trigêmeos, Eddy, em 1995. Um dos psicólogos que participou da pesquisa está no documentário. Ele gravava com uma criança e depois ia visitar outra criança gêmea, sem informar nada aos seus pais. Fazia as suas anotações. E encaminhava para a equipe liderada por Peter Neubauer da Louise Wise. Outros gêmeos também participaram da pesquisa. E há casos de gêmeos que nunca souberam que tinham irmãos idênticos.

Em conversa pelo WhatsApp com amigos, um deles me alertou sobre o final de Eddy. Era quem mais trazia a sensação de não pertencimento à família. Sentiu muito a briga com os irmãos. Um mix de sentimentos - rigidez da família na criação e sentimento de não pertencimento. De repente ele reconhece que poderia ter uma família com dois irmãos gêmeos? E que agora, depois de tudo, ainda estão brigando?

Também atualizo este artigo com a opinião de Edna Lima, leitora de OsPaparazzi. Ela participou nos comentários (leia abaixo na íntegra). Aqui destaco a seguinte reflexão de Edna. Muito pertinente:

'Para mim trouxe muitas reflexões (...) como a educação dos pais tem efeito emocional na vida dos filhos. Pois o pai rico era muito ocupado, o pai de classe média era muito severo e o pai pobre era o conciliador. E os trigêmeos quando se encontraram ficavam mais na casa do David, da família mais humilde, pois o pai daquela família gostava da presença dos três juntos, era brincalhão, estava presente na vida deles, era a base que os unia, já que não tinham crescidos juntos. Porém, com a morte desse pai, a estrutura dos irmãos se abalou. Para mim, essa foi uma importante mensagem do filme, que independentemente de ser rico ou pobre, o importante é a participação efetiva e afetiva na vida de seus filhos, dando-lhes o sentido do pertencimento. Eu pertenço a essa família, eu sou amado por essa família, eu sou valorizado por essa família', comentou a nossa leitora.

O documentário também mexeu com você?

Se 'Três Estranhos Idênticos' também mexeu com você, deixe as suas impressões nos comentários abaixo. Que filme pesado, né? Um storytelling perfeitamente amarrado. Vai te apresentando os fatos. E te surpreende a cada minuto. Fiquei revoltado com essa história absurda apresentada no documentário. E ao mesmo tempo muito reflexivo sobre as dúvidas que ainda pairam sobre a criação humana. Será que algum dia, de forma ética e clara, a psicologia vai conseguir desvendar esses mistérios?

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