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Reprodução/ Globoplay

Conheça o roteirista Guilherme Sousa da Globo

Entre os projetos do ator e roteirista, temos Isso A Globo Não Mostra e Desprogramado, no Gshow; veja biografia e entrevista no Papacast

Por Silas Pereira, publicado em 20/10/2020 e atualizado hoje.

O ator e roteirista Guilherme Sousa está no Papacast, o podcast de OsPaparazzi. A biografia de Guilherme Sousa é apresentada neste bate-papo exclusivo. Com formação em publicidade e propaganda, entrou na Rede Globo em junho de 2013 como produtor de conteúdo. É um dos roteiristas do quadro 'Isso A Globo Não Mostra', exibido no Fantástico. Ainda na Rede Globo criou o projeto Desprogramado, no site Gshow. Na entrevista ele destaca dicas para roteiristas iniciantes. E também compartilha dicas de filmes e séries que marcaram sua carreira.

Quem é Guilherme Sousa

Enquanto acompanha este artigo, ouça a entrevista completa no Play abaixo. Você também pode ouvir o Papacast nas principais plataformas de podcasts. 

Apresentação da biografia

Guilherme Sousa: Sou formado em publicidade e propaganda, com habilitação em Comunicação Social. A paixão por roteiro vem da minha paixão por cinema. Sempre gostei muito desse universo, sempre me atraiu. Sempre fiz teatro a minha vida inteira. Só não fiz cinema, não sei, por um descuido. A publicidade estava mais próxima de mim. Eu que paguei minha faculdade sozinho. A faculdade de publicidade era mais barata. Se fosse hoje, talvez, teria feito cinema ou curso de artes cênicas. Mas, enfim, a vida me levou para isso. E acabou que consegui entrar no universo do roteiro como sempre quis. 

No LinkedIn, Gui também destaca experiência profissional com DHM Store e Avanti! Comunicação. É criador do Blog Ego Estagiário. E também do canal Só Acredito Vendo, no YouTube (assista abaixo). Desde setembro de 2018 trabalha como roteirista da Rede Globo.

Entrou na emissora em 2013 com o cargo de Produtor de Conteúdo Jr. Há um vídeo que mostra um trailer de Pokémon Go em seu canal. Um dos vídeos mais vistos do canal é um comentário sobre o reality show De Férias Com Ex, da MTV.

Desprogramado Gshow

Guilherme Sousa: Desprogramado surgiu de um desejo meu muito lá atrás. Eu fazia cenas de me inserir dentro de filmes e novelas. Fazia pequenos trechos. Percebia que a galera adorava essas partes. Aí me perguntei: por que não fazer um programa só dessa forma? Aí criei o projeto. Tinha feito piloto, apresentação. Estava na gaveta. Acabou que chegou a pandemia. Na pandemia a Globo pediu projetos de pessoas que tinham na gaveta. E aí apresentei, a galera adorou. E o Gshow comprou a ideia. Foi muito maneiro. Projeto 100% feito por mim. Eu roteirizava, editava, atuava, apresentava, etc. Era um projeto que queria muito apresentar para as pessoas. E acabou dando certo.

Assista, na Globoplay, a todos os episódios do Desprogramado na íntegra. Nos vídeos, Gui usa humor e muita criatividade para entrar na programação da Globo e participar dos programas. Tem, por exemplo, Conversa Com Bial com o Guilherme aparecendo em destaque :)

No Instagram abaixo, Guilherme Sousa apresenta o Rede BBB, do Big Brother Brasil. 

Isso A Globo Não Mostra

Guilherme Sousa: Isso A Globo Não Mostra foi um presente. Eu apresentei a Rede BBB 17 e 18 (programa do Big Brother Brasil na Globo.com). E recebi uma ligação de um dos roteiristas perguntando se podia participar de um projeto novo. Super topei. Eu e mais quatro roteiristas. Começamos a juntar do zero. Se pegasse uma linguagem da internet, fizesse uma crítica, se fosse um hacker invadindo a Globo, foi surgindo muito em conjunto. Foi assim que nasceu. O processo de criação é cada um da sua casa, assistindo tudo que tem na Globo. Começava a editar. Cada um levava na reunião de pauta as suas ideias. E ali selecionava os melhores vídeos por meio de votação. Equipe era super maravilhosa, alto astral, envolvida com o projeto. Então acho que os resultados positivos foram alcançados por conta dessa energia. Ainda bem que deu e que o pessoal gostou.

Questões políticas com Isso A Globo Não Mostra

Guilherme Sousa: Isso A Globo Não Mostra foi um quadro muito transgressor. Quando você faz entretenimento ou humor, também é importante passar uma mensagem. Tudo pode ter uma mensagem por trás. Precisamos ter pessoas mais formadas no mundo. Claro que sempre vão ter opiniões divergentes. Quando falamos de política tem embate entre um lado e o outro lado. Mas acho que num todo as polêmicas que chegaram eram pequenas. Quando comparamos com as críticas positivas. Por exemplo, eu tenho Twitter que as pessoas me atacavam. Mas eram poucas. Talvez 5% de pessoas criticando. Resto era positivo. Acho que as pessoas precisam estar abertas a entenderem que a crítica não é estar de um lado. Ainda mais num país com tanta desigualdade social (...) Acho que é esse tipo de mensagem. Porque precisamos viver em harmonia. Se colocar no lugar dos outros e ter mais empatia sobre o próximo.

Isso A Globo Não Mostra foi exibido aos domingos, no Fantástico, com Marcius Melhem e outros roteiristas na equipe. 

No Instagram abaixo, Gui Sousa está no Rock in Rio.

Dona Silvana

Guilherme Sousa: Sempre fui uma pessoa que gostei de botar meus projetos na internet. Tenho canal no YouTube. Chama-se Só Acredito Vendo. Eu comentava programas de televisão. Criei o Ego Estagiário, um blog que parodiava o site Ego da Globo. Enfim, sempre gostei de estar no universo da internet. Surgiu também a Dona Silvana. Surgiu numa brincadeira, um áudio da minha mãe que mandei para todos os meus amigos. E eles adoraram. Uma vez fui subir o áudio. Só que desta vez o áudio não subia. Decidi fazer vídeo com emoji. Quando publiquei, vi que a galera ficou frenética pedindo mais. Publiquei, super bombou. Pensei: vamos fazer uma primeira temporada. E foi uma parada espontânea. Minha mãe é aquilo ali. Acabou que foi crescendo.

'Quando vi, já fazia publi com ela (uma das propagandas foi para o iFood). Ela não é atriz, sempre me viu fazendo teatro a vida inteira. Então para fazer as publicidades foi mais difícil, porque eu tinha que dirigir à distância. Ela mora em Florianópolis, eu no Rio de Janeiro. As publis foram bem difíceis, porque o legal mesmo é o espontâneo. Estamos com uma segunda temporada por aí. São áudios que capturei durante toda uma parte que fiquei de férias', contou.

No Instagram abaixo temos um vídeo da Dona Silvana. É a mãe de Guilherme Sousa. Uma figuraça, como o filho. Ela não é atriz. 

5 dicas para roteiristas

1 Façam cursos. 2 Usem a internet para testes. 3 Escrevam, coloquem no papel. 4 Não foquem em números, não foque no bombar. 5 Assista uma série que gosta e roteirize a série inteira.

Guilherme Sousa: Façam cursos. Porque é gostoso estudar, aprender. Se você quiser focar em algo, como dramaturgia, humor, é legal fazer curso específico. Pode usar a internet a seu favor para aprender. Fiz muitos projetos na internet e isso me ajudou muito como criador de conteúdo e também como roteirista. Escreva algo que acredite, mesmo que fique na gaveta. Bota no papel, coloca na internet um piloto. Não foque em números no início. Se você aprendeu algo com aquilo, já é sucesso para você. Não precisa bombar na internet. A gente sempre busca essa imensidão. A gente sempre busca números, bombar. Nem sempre, não. Quase nunca é assim. Então a gente tem que entender que projetos são feitos para aprender. Meu conselho é: busque cursos bacanas. E pegue uma série que você gosta, assiste um episódio e roteirize tudo aquilo. Escreva as mesmas falas. Fulano diz e blablablá. Vai escrevendo do seu jeito. Personagem abre a porta. Isso é importante para você entender como funciona na cabeça de quem escreveu aquele episódio.

Transformação Globo e plataformas streaming

Guilherme Sousa: Acho que esse processo é maravilhoso, principalmente para os roteiristas. Como o surgimento do streaming. Vão precisar de novas ideias, novos criativos, novos roteiros. Se você sonha em ser roteirista, esse é o momento de brilhar, colocar ideia no papel, trabalhar. Todas as plataformas estão implorando por novos projetos, novas ideias, novos roteiros. Os streamings são positivos para quem escreve, para quem é criativo e para os atores também.

Redes sociais e o Twitter

Guilherme Sousa: Twitter é, sim, minha plataforma preferida. Mas deu uma mudada o meu relacionamento com as redes sociais. Fiz Ego Estagiário com 18 anos de idade. Era muito novinho. Hoje já estou um pouco cansado, tenho 30 anos. Não consigo estar presente o tempo todo. Uso mais para divulgar meus projetos e as pessoas deveriam usar mais para isso também. Está mexendo muito com a saúde mental das pessoas. Twitter mesmo tem muita informação tóxica. Se não souber usar direito, pode acabar com você. É muito fácil. Se não estiver preparado para ler um comentário negativo, é uma rede social que as pessoas estão abertas a criticar algo. Estou buscando dar realmente uma diminuída nas redes sociais, nos stories, Twitter, Tik Tok, porque acho que, ah, não sei. Mexe muito com a nossa saúde mental. Gosto de fazer os meus projetos e mostrar para as pessoas. Se gostar, ok. Se não gostar, ok. Gosto mais desse tipo de linguagem.

'Apesar de ser muito ansioso, não gosto do humor que precisa ser na hora (...) Para quem cria, é puxado. Preciso fazer outro vídeo engraçado hoje. Os números vão diminuindo. O vídeo de hoje não foi tão engraçado quanto ontem. Não precisa expor a vida. E apresenta os seus projetos. Como a Fernanda Paes Leme fez com o Fake Live, que achei maravilhoso', declarou.

Cinema nacional e sonho com filme brasileiro de terror

Guilherme Sousa: Minha relação com o cinema nacional é de amor. O nosso cinema precisa de muito apoio. Principalmente no momento que o nosso governo não acredita muito na nossa cultura. Quando surgir um filme brasileiro, vá assistir. Para ele continuar sendo exibido. É a nossa cultura. Acho muito importante. Filmes brasileiros que me marcaram... deixa eu pensar. Tem Carandiru, acho incrível. Central do Brasil. Mas um que marcou muito a minha infância é o Zoando na TV, da Angélica. Acho ele incrível. Sai da zona de conforto. A Angélica entrava na TV. É diferente, adorava. Acho que é isso. Muitos filmes incríveis nós temos no Brasil. E precisamos apoiar. Meu sonho é escrever para o cinema. E eu queria escrever terror para o cinema. Último filme de terror nacional que assisti foi um com o Bruno Gagliasso. Mas acho que são poucos. Assisti um com a Sandy Leah e que também gostei (Quando Eu Era Vivo). E obviamente se pudesse escrever e atuar. Vamos aí batalhar. Quem sabe um dia?

Filmes e séries para indicar

Guilherme Sousa: Estou assistindo Laços de Família no Globoplay. Última série boa que assisti foi Dark, da Netflix. Quem fez é gênio. Mexe com as cabeças das pessoas de alguma forma. Sabe uma coisa que poderiam assistir também? Nacional e diferente. Supermax é o nome. Série de suspense e terror da Globo. Que fala sobre algo muito diferente. Começar a assistir coisas do nosso país e que fujam da bolha, do óbvio. Eu super gostei e acho que vale as pessoas assistirem também. É nacional, foge da bolha e é diferente. 

Supermax é uma série de televisão da Globo de 2016 com 12 episódios. É de José Alvarenga Jr. No elenco estão Mariana Ximenes, Maria Clara Spinelli, Erom Cordeiro, Cleo, Nicolas Trevijano, entre outros.

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Publicado Por Silas Pereira
Jornalista e copywriter, Silas Pereira coleciona boas histórias para contar. Na área do entretenimento, joga no Cinema Nacional Futebol Clube. Estuda produções audiovisuais nacionais e abre debate com seus autores e realizadores. Para contato, siga @silaspereira no Twitter
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